Primavera

Doze anos atrás, quando eu ainda estava no ensino médio, vi o filme O Patriota (Roland Emmerich, 2000) pela primeira vez como um trabalho da escola. A percepção que tive do filme é que, por trás do vilão interpretado por Jason Isaacs, provavelmente havia uma história não contada.
Essa percepção me levou a desenvolver o que eu imaginava ser essa história não contada; o que por consequência me levou a pesquisar o assunto a fundo. O vilão do filme foi baseado — injustamente — em uma figura história real: Sir Banastre Tarleton (1st Baronet, GCB), que comandou um regimento britânico de legalistas conhecido como British Legion.
A figura de Tarleton é até hoje repleta de controvérsias, sendo ele considerado um vilão nos Estados Unidos e um herói na Inglaterra. A história contada através desses dois séculos o responsabilizava por ordenar um massacre a soldados americanos rendidos, o que motivou os habitantes das colônias do sul a tomarem partido de um dos lados da guerra e influenciar na vitória americana.
Porém, com o passar dos anos e com cada vez mais pesquisas às fontes do relato do massacre, uma nova versão veio à tona: de que o comandante americano recusou a oferta de rendição feita por Tarleton e, quando viu que suas tropas perderiam o confronto, fugiu. Durante a rendição dos americanos, um disparo atingiu o cavalo de Tarleton, que ficou preso debaixo do animal. Suas tropas, acreditando que seu comandante havia sido morto sob uma bandeira branca, retomaram o ataque aos americanos.
Com base no fato de que toda história tem dois lados, decidi abordar o lado britânico da Guerra de Independência dos Estados Unidos e escrever não apenas um livro, mas três. Com um arco principal fictício inserido no contexto dessa guerra, meu principal objetivo é levar o leitor por uma viagem no tempo, enxergando o mundo e seus valores predominantes através dos olhos de quem vivia naquela época.
Essa história ainda se encontra em fase inicial — mesmo depois de doze anos desde sua primeira faísca — , e a considero como meu maior projeto. E, com certeza, o que mais precisa da minha energia para vir a existir.
